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Espetáculo "Deu a louca no conto de fadas". Foto: Nilo Machado |
Eu não sei porquê demorei tanto para escrever sobre este assunto,
afinal, nos últimos meses o teatro tem feito parte do meu
dia-a-dia. Hoje, vou contar a incrível história de como eu entrei
para um grupo de teatro de Passos.
Tudo começou em um dia que tinha tudo para ser normal. Levantei
pela manhã, escovei os dentes, fiz minha maquiagem e saí para
trabalhar. À tarde tirei meu sono de beleza, que antes era bem mais
frequente do que atualmente, jantei e fui para a faculdade. Chegando
lá a professora disse que teríamos aula na chamada Sala de
Espelhos, um “quiosque” ao ar livre, levando em consideração
que Passos é uma cidade extremamente quente e as salas de aula super
abafadas. Então, pegamos cada um a sua cadeira e fomos para lá.
Minha amiga chegou atrasada, como sempre, mas como a professora ainda
não havia começado a aula, ela se virou para mim e disse: “Lari,
o Coliseum está precisando de gente para estrear na próxima peça e
como eu sei que você quer falei com o diretor e ele perguntou se
você pode ir hoje depois da aula fazer um teste”.
Naquele momento meus olhos brilharam, uma onda de excitação tomou
conta de mim e é claro, eu aceitei o convite.
Pendura aí, já voltamos a falar disso.
Desde pequena, eu sempre tive jeito para as artes, não é
convencimento. Aos 2 anos meus pais me levaram para fazer um book
fotográfico em São Paulo; e enquanto as meninas da minha idade
sonhavam em ser princesas, professoras, bailarinas, eu sonhava em ser
cantora, modelo, atriz. Me imaginava fazendo parte das novelas que eu
assistia, sendo a mocinha ou a vilã, qualquer coisa me faria feliz.
Aos 12 ou 13, comecei a apresentar peças de teatro no ministério
da igreja. Lá fiquei por uns dois anos. A experiência foi incrível.
Mas, voltando ao que nos interessa: Coliseum.
Depois da aula lá fui eu, feliz e saltitante, para meu teste.
Mentira, eu estava morrendo de vergonha, mas também estava disposta
a mostrar para o que eu tinha ido.
Chegamos lá e o diretor me pediu para ler as falas da personagem
que pertencia a uma das atrizes do grupo que tinha faltado naquele
dia. Quando o ensaio terminou, fui elogiada pelo meu desempenho e ele
perguntou se eu poderia voltar no dia seguinte. Seria aquele um sinal
de que eu estava na peça?
Seria. No dia seguinte eu voltei lá, e no outro também, e no outro
eu já tinha uma personagem: Chapéuzinho Vermelho! Oficialmente eu
estava no Grupo Coliseum de Teatro, uau!
Ao longo de dois meses de ensaios aprendi muito sobre o mundo
artístico e tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas,
que tenho contato até hoje e que se tornaram verdadeiros amigos. O
Coliseum se tornou uma família para mim!
E então, no dia 18 de novembro de 2016, a peça “Deu a Louca no
Conto de Fadas” estreou. Que alegria, que emoção e que honra ter
feito parte disso! Foi tudo muito lindo, muito mágico e eu jamais me
esquecerei que um dia vivi aquilo!
Mas não acabou por aí, não mesmo! Hoje, eu continuo no Coliseum e
vou apresentar mais uma peça, “A origem de Lorenzett”, o
espetáculo que vai inaugurar a mais nova casa de espetáculos do
Grupo Coliseum. Depois de 18 anos de estrada, a família Silva está
conseguindo realizar o sonho de ter o próprio teatro. E eu? Faço
parte disso, cara!
Eu nunca imaginei que depois de tantos anos subiria em um palco
novamente, nunca imaginei que iria sentir aquele friozinho na barriga
momentos antes de entrar em cena e também nunca imaginei que fosse
me sentir tão realizada, tão feliz e que isso mudaria a minha vida
e toda a minha rotina em Passos. Ao grupo Coliseum, que me acolheu
com tanto carinho e acreditou no meu potencial, meu muito obrigada!
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Grupo Coliseum de Teatro no espetáculo "Deu a louca no conto de fadas". Foto: Nilo Machado |