quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Recomeço


O tempo está passando
A cada segundo que passa suas células envelhecem e se desmancham
As rugas aparecem e sua agilidade diminui
Quando você olha para trás você percebe que já não é mais aquele adolescente cheio de planos, sonhos e com tempo de sobra para se perder em amores rasos
E eu sei que não é fácil esquecer alguém quando esta pessoa está tatuada em nós 
Não é fácil desligar-se dos nossos sentimentos
Mas pare de perder tempo com amores que só te usam e fazem você sentir-se vazio
Pare de perder tempo pensando que tudo vai voltar a ser como era antes
Não vai, sinto muito
O tempo passa, as pessoas mudam e novas chegam na nossa vida 
Coloque os óculos de grau, veja quem está bem diante de você 
Veja quem está disposto a te dar a felicidade que você tanto procura em outra pessoa
Diga adeus ao passado, ele não te pertence mais
Faça uma outra tatuagem no lugar daquela que só te machucou
Vai passar
Mas você precisa tentar
Precisa dizer um basta a tudo o que te prende e lutar com todas as forças para se ver livre e recomeçar 
Recomeçar
Recomeçar a viver
Recomeçar a amar
Recomeçar a ser feliz
E só para lembrar: nada acontecerá se você não estiver disposto a tentar. Só depende de você, liberte-se

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Pedido de socorro

Eu estou em pedaços 
E desta vez não é só o coração que precisa juntar os caquinhos
Meu corpo todo pede socorro
E minha mente trabalha freneticamente para descobrir como seguir em frente
Eu perdi o rumo, perdi a noção do tempo e do espaço
Aquilo que eu achava que pudesse acontecer um dia se perdeu no ar
Como num passe de mágica eu me vi caída 
Acho que nem foi mágica, porque eu relutava para enxergar o que estava bem ali, diante dos meus olhos
Isso nunca tinha acontecido
Eu costumava vencer quando entrava em uma batalha
Eu achava que pudesse conquistar o amor dele e todos os dias fazê-lo se apaixonar um pouquinho mais por mim
Achava que um dia ele me olharia com outros olhos e que eu não fosse apenas uma amiga
Eu queria transbordá-lo, queria que ele sentisse que o mundo havia parado quando estivéssemos juntos
Mas não deu
Os amores e prazeres do mundo o levaram de mim
E eu, que tanto me doei, tanto me entreguei para esse amor
Fiquei vaziaEu tento me convencer todos os dias de que não era pra ser
Tento aceitar a escolha dele por uma outra pessoa
Mas a verdade é que eu nunca mereci metades
Sempre esperei por uma reciprocidade que não veio
E sempre insisti em alguém que nunca poderia dar o que eu mereço 
Eu me perdi em meio ao caos e espero me encontrar
Eu cai, mas prometi a mim mesma levantar mais forte do que antes

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Céu estrelado

Olá mores!
O Mundo de Larissa volta hoje com uma nova versão de mim. Há alguns meses eu descobri um prazer anormal em escrever poesias e quero compartilhar tudo com vocês! Espero que gostem!

Sozinha no meu quarto
Eu observo as estrelas por entre as grades da minha janela
As luzes das casas e apartamentos ao redor se apagam uma a uma
Dando mais beleza para um céu escuro, porém estrelado como há muito tempo eu não via
Neste momento lembro da bondade e fidelidade de Deus na minha vida
Mas não posso deixar de pensar mais uma vez em você
Você que ocupou cada segundo vago das horas do meu dia
Meus olhos se enchem de lágrimas e meu coração se pergunta aonde está você
Essa é uma resposta que talvez eu nunca terei
Durante os dias, eu busco por entre placas e modelos de carros achar o seu em meio ao trânsito corriqueiro da cidade
Mas você nunca está lá
Os pensamentos negativos são bloqueados pelos positivos logo em seguida
Uma parte de mim sabe que um dia eu vou te achar e você vai ser a minha paz em meio ao caos
Os dias passam lentamente e eu não obtenho resposta alguma
Não tenho nenhum vestígio do paradeiro do seu coração
E enquanto milhões de pensamentos me invadem
Eu continuo olhando para o céu num pedido aflito e ansioso de que um dia Deus traga você pra mim

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Meu lado artista

Espetáculo "Deu a louca no conto de fadas". Foto: Nilo Machado
Eu não sei porquê demorei tanto para escrever sobre este assunto, afinal, nos últimos meses o teatro tem feito parte do meu dia-a-dia. Hoje, vou contar a incrível história de como eu entrei para um grupo de teatro de Passos.
Tudo começou em um dia que tinha tudo para ser normal. Levantei pela manhã, escovei os dentes, fiz minha maquiagem e saí para trabalhar. À tarde tirei meu sono de beleza, que antes era bem mais frequente do que atualmente, jantei e fui para a faculdade. Chegando lá a professora disse que teríamos aula na chamada Sala de Espelhos, um “quiosque” ao ar livre, levando em consideração que Passos é uma cidade extremamente quente e as salas de aula super abafadas. Então, pegamos cada um a sua cadeira e fomos para lá. Minha amiga chegou atrasada, como sempre, mas como a professora ainda não havia começado a aula, ela se virou para mim e disse: “Lari, o Coliseum está precisando de gente para estrear na próxima peça e como eu sei que você quer falei com o diretor e ele perguntou se você pode ir hoje depois da aula fazer um teste”.
Naquele momento meus olhos brilharam, uma onda de excitação tomou conta de mim e é claro, eu aceitei o convite.
Pendura aí, já voltamos a falar disso.
Desde pequena, eu sempre tive jeito para as artes, não é convencimento. Aos 2 anos meus pais me levaram para fazer um book fotográfico em São Paulo; e enquanto as meninas da minha idade sonhavam em ser princesas, professoras, bailarinas, eu sonhava em ser cantora, modelo, atriz. Me imaginava fazendo parte das novelas que eu assistia, sendo a mocinha ou a vilã, qualquer coisa me faria feliz.
Aos 12 ou 13, comecei a apresentar peças de teatro no ministério da igreja. Lá fiquei por uns dois anos. A experiência foi incrível.
Mas, voltando ao que nos interessa: Coliseum.
Depois da aula lá fui eu, feliz e saltitante, para meu teste. Mentira, eu estava morrendo de vergonha, mas também estava disposta a mostrar para o que eu tinha ido.
Chegamos lá e o diretor me pediu para ler as falas da personagem que pertencia a uma das atrizes do grupo que tinha faltado naquele dia. Quando o ensaio terminou, fui elogiada pelo meu desempenho e ele perguntou se eu poderia voltar no dia seguinte. Seria aquele um sinal de que eu estava na peça?
Seria. No dia seguinte eu voltei lá, e no outro também, e no outro eu já tinha uma personagem: Chapéuzinho Vermelho! Oficialmente eu estava no Grupo Coliseum de Teatro, uau!
Ao longo de dois meses de ensaios aprendi muito sobre o mundo artístico e tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que tenho contato até hoje e que se tornaram verdadeiros amigos. O Coliseum se tornou uma família para mim!
E então, no dia 18 de novembro de 2016, a peça “Deu a Louca no Conto de Fadas” estreou. Que alegria, que emoção e que honra ter feito parte disso! Foi tudo muito lindo, muito mágico e eu jamais me esquecerei que um dia vivi aquilo!
Mas não acabou por aí, não mesmo! Hoje, eu continuo no Coliseum e vou apresentar mais uma peça, “A origem de Lorenzett”, o espetáculo que vai inaugurar a mais nova casa de espetáculos do Grupo Coliseum. Depois de 18 anos de estrada, a família Silva está conseguindo realizar o sonho de ter o próprio teatro. E eu? Faço parte disso, cara!

Eu nunca imaginei que depois de tantos anos subiria em um palco novamente, nunca imaginei que iria sentir aquele friozinho na barriga momentos antes de entrar em cena e também nunca imaginei que fosse me sentir tão realizada, tão feliz e que isso mudaria a minha vida e toda a minha rotina em Passos. Ao grupo Coliseum, que me acolheu com tanto carinho e acreditou no meu potencial, meu muito obrigada!
Grupo Coliseum de Teatro no espetáculo "Deu a louca no conto de fadas". Foto: Nilo Machado

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Extraordinária


Ela não possui nenhuma graduação, mas é tosadora, comerciante, vendedora, dona de casa, encanadora, eletricista, cozinheira, motorista e por ser mãe exerce mais uma dezena de profissões. Solange Aparecida Pillon tem 47 anos e mora em Hortolândia, São Paulo. Ela não é famosa, não ganhou nenhuma vez na loteria, não recebeu o prêmio Nobel da paz, mas merece ter sua história contada pelos históricos de superação, força de vontade e caráter grandioso.
Solange é uma mulher de estatura média, pele clara e cabelos que mudam de cor a cada pintura, em um mês está loira e no outro morena, ela gosta de inovar. Divorciada, vive sozinha, pois sua filha decidiu alçar novos voos indo morar em outro estado para estudar jornalismo. Mesmo com a companhia da cadela Belinha, a solidão de não conviver com a filha todos os dias não é mais um problema para ela, Solange encontrou seu ponto de equilíbrio no silêncio que a cerca quando sua cachorra não resolve latir.
Primogênita de um casal que criou as quatro filhas com muito amor e dedicação, Solange e suas irmãs tiveram uma infância privilegiada. Brincavam na rua com os amigos e nas férias escolares iam para o sítio dos avós, onde subiam em árvores e nadavam em rios. Por ser uma adolescente dedicada aos estudos, Solange ocupava a mente com os cursos que fazia e por isso não se permitiu namorar tão nova. Ela dava mais valor às suas amizades e somente com 18 anos teve seu primeiro namorado.
O motivo de não ter feito uma faculdade foi a falta de condições financeiras para pagar a mensalidade, uma vez que não conseguiu passar nos vestibulares para os quais prestou. Apesar disso, Solange nunca deixou de estudar e fez muitos cursos ao longo da sua vida, como datilografia, digitação, inglês, logística, artesanato, linguagem da computação e o curso de banho e tosa, profissão que exerce até os dias atuais.
Solange já trabalhou como analista de sistemas em uma empresa de transportes, já foi proprietária de uma agropecuária onde realizava os serviços administrativos e de banho e tosa e, depois de tentar ser representante comercial em três empresas de diferentes seguimentos, percebeu que o que realmente gostava era tosar cachorros. Foi então que montou um pet shop.
Ao ser questionada sobre suas qualidades e defeitos, a tosadora foi bem direta. “Minha qualidade é a persistência e meu defeito é que não gosto de ser contrariada.” Em relação ao defeito, essa é a mesma opinião de sua irmã Valeria Aparecida Pillon, que contou que Solange é uma grande amiga e irmã. “A Sô (como é chamada pela família) é uma pessoa calma e ponderosa, não gosta de cometer injustiças e procura sempre ajudar as pessoas da melhor maneira possível. Já o defeito dela é relutar em voltar atrás nas suas decisões".
A vida de Solange é marcada pelas histórias de superação e pela perseverança que sempre teve ao passar pelas dificuldades que atravessaram seu caminho. Mesmo com um casamento conturbado que terminou em divórcio, pelo desafio de educar sua filha praticamente sozinha e administrar uma empresa sem qualquer ajuda e pela dor de perder a mãe, Solange aprendeu a se levantar mais forte a cada obstáculo. E o que mais surpreende nessa mulher é que com tão pouco ela é capaz de fazer tudo.